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terça-feira, 15 de julho de 2008

René Descartes e o Penso logo Existo

Na França do século 17 viveu um pensador que tentou aplicar as leis da Matemática à Filosofia. O nome dele é René Descartes.


“Tudo o que pertence à Lógica. Porque a Matemática e a Lógica são conceitos quase inseparáveis. Ninguém sabe onde começa a Matemática e termina a Lógica, ou vice-versa”, .


“Eu tenho verdadeiro pavor a misticismo. Machismo, racismo, pornografia e superstição, porque é ilógico e traz prejuízo”


Foi no pensamento, que Descartes fundamentou a verdade que tanto buscava, quatro séculos atrás.
Descartes, além de filósofo, foi um grande matemático. Ele acreditava que a Natureza funciona como uma máquina. Tudo o que existe nela pode ser traduzido em equações.
“O Descartes foi uma pessoa que de certa forma trouxe a Natureza para o papel”, avalia o físico Marcelo Gleiser.
Mas, antes, o filósofo precisou encontrar um ponto de apoio firme.
Na busca por uma verdade tão simples e clara quanto uma conta de somar, ele procurou derrubar velhas crenças, falsas opiniões e impressões enganosas.
Um dia, sentado sozinho diante de uma lareira, Descartes começou a duvidar de tudo o que até então acreditava. Ele pensou: “Há algum tempo percebi que recebi muitas falsas opiniões como verdadeiras. Eu precisava tentar, uma vez em minha vida, me desfazer de todas as falsas opiniões. Até encontrar um ponto fixo, uma verdade.”
Descartes duvidou dos sentidos, do que podia ver e ouvir: “Como posso ter certeza de que estou aqui, sentado diante do fogo? Como posso ter certeza de que essas mãos são minhas? Os loucos chegam a acreditar que são reis. E quantas vezes eu sonhei que estava nessa cadeira, vestindo essa roupa? Mas, mesmo sonhando, devo admitir que dois mais dois são quatro, e que o quadrado tem quatro lados. Será que encontrei uma verdade? Mas e se um deus enganador, um gênio maligno colocou todas essas verdades em minha cabeça? Como posso ter certeza de que tudo isso não é um engano?”
Depois de derrubar todas as falsas impressões, Descartes chegou à seguinte conclusão: “Posso duvidar de tudo, mas tenho certeza de que estou aqui, pensando, duvidando. Sou uma coisa que duvida, que pensa. Penso, logo existo.”
Debaixo dos escombros, Descartes encontrou um ser que pensa, que usa a razão. A verdade não estava mais no saber dos grandes mestres. A razão era o único instrumento que o homem deveria utilizar para entender o mundo, a única coisa confiável. A partir daí, Descartes reconstruiu toda a sua visão do Universo. Isso representou uma revolução na história do pensamento.
Mas essa verdade encontrada por Descartes no processo de dúvida é tão segura quanto ele pensava? Será que o “eu” é um lugar firme e seguro, capaz de sustentar a verdade? Existe apenas um único “eu” – o “eu” que pensa?
“Eu acredito que não seja um eu só, sejam vários ‘eus’. A gente é um com a mãe, um com o filho, um com a namorada, um com o amigo, um no trabalho, outro no telefone. Então, temos que assumir essa multiplicidade. Eu acho que é mais real do que ficar procurando aquele ‘eu’ fixo, se perguntando ‘quem sou eu?’”, diz o músico Paulinho Moska.
Quem garante que a verdade imutável que Descartes tanto procurou também não era uma ilusão? É possível que a parte mais interessante de toda essa história não esteja na conclusão, e sim no caminho que o filósofo trilhou até ela. O caminho da dúvida.
“É fundamental você duvidar. Você só aprende quando você duvida. Afinal de contas, se a gente achasse que já soubesse tudo, a gente nunca ia aprender mais nada. Então, o fato de a gente duvidar das coisas é muito importante para que a gente possa aprender sobre o mundo”, diz o físico Marcelo Gleiser.

Um comentário:

Eric Brandão disse...

Tudo bem Rodrigo?
Acho que o pensamento de Descartes foi fundamental para as bases da filosofia moderna.
Seu "erro" foi tentar fundamentar a filosofia em "Penso, logo existo".
A filosofia não tem fundamento porque não só se deixa moldar pela medida do tempo como ainda submete o tempo à sua própria medida.


ERIC BRANDÃO

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