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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Resumo do texto: Cem Anos Pensando a Pobreza (Urbana) no Brasil; de: Lícia Valladares




Com o objetivo de resgatar as imagens e representação da pobreza urbana na Brasil ao longo dos últimos cem anos, lechia Valadares discorre através de uma vasta literatura como o Brasil enquanto nação moderna e urbana passa a definir a pobreza e seus sujeitos, a intenção não é investigar sem houver ou não aumento da pobreza, mais sim analise da natureza do termo “pobreza” e “pobre” e seus sinônimos dentro de um contexto de mudanças na sociedade brasileira.
Discutem o curso de uma nova ordem econômica e o advento da republica, a formação e o controle da classe trabalhadora e a criação de novos valores na virada do século no rio de janeiro e são Paulo; verificando o processo de urbanização e as transformações no mercado de trabalho com o surgimento da industrialização e terceirização, onde seu principal objetivo era a analise das camadas populares dentro dessas mudanças, onde a autora sugere uma multiplicidade ao tratar da pobreza – sanitarista, jurídico, político e econômico. O qual será dividido em três período distinto:

· Virada do século foi marcada pela transição do Brasil para uma ordem capitalista

· Décadas de 50 e 60, um amplo mercado de trabalho urbano, urbanização e marginalização de alguns segmentos da população das grandes cidades.

· Décadas de 70 e 80, uma forte crise no modelo de desenvolvimento e o aumento do trabalho informal nas metrópoles e por outro lado um processo de concentração de renda.


A parti de da analise de cada uma período se tenta chega à concepção de pobreza, cuja hipótese é que tal evolução guarda estreita relação com o processo de urbanização e transformação no mercado de trabalho.

Virada do século: a descoberta da pobreza
Embora já existia pobreza no espaço urbano desde do Brasil colônia, foi no processo de transição para o sistema capitalista e suas relações sociais e de uma grande urbanização no rio de janeiro que deu origem a uma preocupação para com a pobreza, mais esse discurso não se deu a fim de combater a pobreza, mais sim de garantir em primeiro lugar a questão da saúde e da necessidade de higienização da cidade, assim como em muitos paises europeus foi à questão sanitária que abriu o caminho para se conhece as precárias situações em que vivia mais de meio milhões de pessoas; um verdadeiro “inferno social”, a cidade era a capital das epidemias (febre amarela, peste, cólera, varíola e tuberculose), o principal motivo para essas catástrofes era as condições de higiene da camada mais pobre da sociedade e suas moradias e, sobretudo os famosos cortiços; onde existia falha no abastecimento de água e péssimas condições de saneamento básico dando ao rio uma semelhança às cidades da Inglaterra. Vitoriana. Devido ao excesso de insalubridade e penúria.
As denuncias realizada pelos sanitaristas foram importantes para uma futura intervenção sobre a pobreza, a fim de combater as epidemias foi proibida a construção de novos cortiços e o fechamento de vários deles com a demolição só maior de toda a famosa cabeça de porco, liderada pelo sanitarista Oswaldo cruz e conjunto com a reforma urbana de pereira passos; em conjunto com as necessidades do melhores condições sanitárias houve também um discurso político no sentido da manutenção ordem social, surgiu a idéias que onde há sujeira existi o crime, assim os cortiços passaram a ser considerados o berço dos criminosos e seus moradores denominados de “classes perigosas”, fazendo o uso de um discurso ideológico e dualista, uma dicotomia entre os trabalhadores da fabrica e os moradores do cortiço, onde vivia o criminoso, delinqüente ou vagabundo e desordeiro que vivia entre o cortiço e a rua, alis a rua era um complemento do cortiço um verdadeiro espaço de guerra entre ambulantes e policia já. Que existia uma lei onde vadiagem era crime, esses conflitos se acentuariam devido a uma serie de medida feita pelo prefeito pereira passos na cidade, quando o governo passou a fiscalizar a fim de retirar animais das ruas, por ordem nas ruas e desinfetar a cidade o que desencadearam uma series de protesto e revoltas populares o que só confirmava que essa camada da população eram “classes perigosas”, uma das principais revoltas foi a da vacina, que segundo o discurso dominante foi uma rebelião promovida por desordeiros desocupados, cujo não houve a participação do “verdadeiro povo” os operários; valorizando o trabalho nas fabricas como uma forma de inserção na sociedade de bem, era necessário se construir uma valorização positiva para o trabalho, pois esse ainda estava ligado ao sentido escravista, sendo preciso fazer que o liberto “amasse” o trabalho, e transmitir que o trabalho é o valor mais importante da vida, ao contrario s eram visto como “resíduo” aos olhos das elites, o pobre. Era aquele que não se transformava em trabalhador, fora do mercado do trabalho formal, que recusava o assalariamento.
A vadiagem, a ociosidade, a pobreza eram, pois tratada como um problema individual, eram assim porque se recusava a trabalhar no fabrica, assim colocava trabalhador de um lado e vadio do outro.

Os anos 50-60: A eclosão da pobreza e seu reconhecimento enquanto questão social.
Após cinco década desde a virada do século, vários idéias da recém-criada república foram posta em pratica, o Brasil de sua economia baseada no agrário-exportadora, a urbanização se encontrava no eixo rio - são Paulo seguido de belo horizonte, salvador e recife, fortaleza e Curitiba, onde houve um crescimento maior do que a capacidade de criação de emprego, e sem ter como garantir condições básicas para um numero cada vez maior de pessoas, a pobreza urbana se torna uma gestão social, o cortiço carioca são deixado pra trás, pois agora surgi à favela que passa a ser um principal reduto das massas pobres, o discurso sobre a pobreza ganha um porta-voz – o cientista social; sugere uma nova noção de pobreza, relativiza-se que a pobreza é um problema individual, mais cabendo muito mais á sociedade do que a ele mesmo a culpa por uma condição do qual ele não tem escolha, a parti dessa novo entendimento os pobre não são mais tidos como ociosos ou vadios, agora eram apenas massa de excluídos do. Sistema econômico, no entanto a marginalidade tem sua expressão máxima na favela, o termo “favelado”, “população marginal” ou “população de baixa renda” Passa a ser sinônimo do pobre, o espaço da favela é visto semelhantes aos cortiços do inicio da virada, surgi outra visão dicotômica na sociedade, marcada pela oposição cidade/favela;
A nova capital brasileira já instalada em Brasília começa a elaborar programas de atendimento a essa população pobre ou “carente”, a pobreza passa a ser o fenômeno de insuficiência de renda tendo o salário mínimo como parâmetro, assim é possível diferenciar grupos no interior da população pobre: aqueles acima ou abaixo da linha da pobreza; aqueles com ou sem renda regular.
Houve uma serie de políticas publicas para a população de baixa renda, programas na área de habitação com a construção de vários conjuntos habitacionais que visava às famílias das favelas, o que gerava um novo “recorte” da pobreza assim com o usa da renda per capitã ou da renda familiar, introduziriam novas divisões no qual diferenciava as famílias mais pobres por tipo de habitação.

As décadas de 70 e 80: Generalização e sedimentação da pobreza
A diversa nomenclatura relativa á pobreza vai continuar, mais agora é necessário novas noções de pobreza, o Brasil passa a ser a 8ª maior economia do mundo, experimenta profundas transformações na sua estrutura econômica e social e urbana; sua economia é baseada nas grandes empresas, o processo de urbanização é constante, 69,5% da população já estava em área urbana, junto com essa crescimento nascem o que nossos cientistas sociais denominaram de “periferização”, agora temos os chamados “morador da periferia” em detrimento do “favelado” reconhecido como marginalizado, os moradores de periferia moram longe dos grandes centros, em loteamento, são moradores pobres e busca do direito a cidadanias.
O discurso sobre a pobreza a parti da década 70, tem inaugura mais uma visão dualista ao do emprego “formal” e do informal, e uma nova oposição: trabalhadores pobres x bandidos, pois agora todo aquele que desempenham alguma função é dito como trabalhador, agora quase cem anos depois dos primeiro conflito e olhares sobre a pobreza, onde existia uma enorme diferença entra “trabalhador x vadio” generaliza-se à idéia de que a pobreza em antes de tudo um problema do mundo da carência ““.

Um comentário:

Unknown disse...

Maravilhoso este seu resumo!!!
Gostaria de saber se vc tem este livro em formato de pdf, estou a procura dele e não estou achando. Se houver poste ou me diz onde comprar. Obrigado.